Conheça June Evans: a tempestade em pessoa


June Evans Coimbra nasceu em Lisboa, Portugal, para um pai português e mãe brasileira. Eles se conheceram enquanto a mãe, Eliza Evans, estava com a família no país. O pai de June, Antônio Coimbra, se apaixonou à primeira vista, enquanto Eliza foi um pouco mais resistente. Mesmo assim, ao fim do período em que o pai de Eliza ficaria no país à trabalho, os dois estavam apaixonados e Antônio fez o grande pedido. À princípio, Eliza recusou, pois não se sentia preparada par morar tão longe dos pais e irmãos. Sendo assim, Antônio se decidiu: se mudaria para o Brasil se ela aceitasse casar com ele. Com isso, nada mais poderia separar os dois, que receberam as bençãos das duas famílias e se casaram. A cerimônia foi simbólica e Eliza voltou para o Brasil com os pais no dia seguinte.

Antônio ainda passou um mês em Lisboa para organizar sua mudança para Brasília, onde Eliza organizava o novo apartamento dos dois. A chegada de Antônio foi uma festa, e todos da família Evans gostaram dele, o que veio como uma surpresa para Eliza. Acontece que sua família era americana e não tinha o costume de ser aberta a "outsiders", ou seja, pessoas de fora da família. Por isso ela ficou bastante surpresa quando o charme de Antônio conquistou suas tias e avó. Dois anos depois do casamento, Eliza engravidou e Antônio fez um pedido: que a bebé nascesse em Portugal, perto dos avós paternos. Após aceitar, a jovem organizou para que sua mãe e pai pudessem estar com ela no nascimento da nova garotinha da família e foi para Lisboa para que a neném pudesse vir ao mundo.

Tudo correu bem e no dia 10 de junho de 1996, June Evans Coimbra veio ao mundo chorando e com cabelos pretos, como os do pai, e olhos verdes, como os da mãe. Faltando um mês para que completasse um ano de idade, a família Evans-Coimbra retornou ao Brasil e lá permaneceu. June teve uma infância divertida, rodeada de primos e amigos de escola. Gostava de construir cabaninhas e de brincar de detetive com seu primo Andrézinho, que tinha quase a mesma idade que ela. Os dois eram os xodós da avó, Mary, que os "estragava" como Eliza e seu irmão, Joshua, diziam quando ela deva doces e presentes para os pequenos. Já com os avós paternos, June não teve muito contato durante a vida e eles faleceram quando ela ainda era uma criança. Perdeu a avó paterna aos sete anos e o avô aos dez.

Quando June tinha seis anos, seu tio mais novo, Edward, trouxe ao mundo mais um bebê para os Evans. Infelizmente, ela e André não conviveram muito com o pequeno Peter, pois Edward e sua esposa se mudaram para os Estados Unidos e acabaram se distanciando da família. Depois disso, não chegaram novos bebês à família, June e André foram crescendo juntos e praticamente inseparáveis... Até o ensino médio.

Dizem que é no ensino médio que as pessoas definem quem são, e essa definição de André não agradou muito sua prima, que acabou focando nos estudos e se distanciando. June se mostrou uma adolescente bastante caseira e sem grande interesse por namorados e festas. Gostava de estudar, de descobrir coisas novas e de estudar idiomas. Aos quinze anos resolveu que queria estudar fora do Brasil, convencendo os pais se mudarem para Portugal. Eles não resistiram muito, visto que poderiam morar na antiga casa de Antônio, em Lisboa.

No fim de 2011, a família Evans-Coimbra estava se mudando para Lisboa. Nem tudo correu como planejado, então, depois de instalados e do início do ano letivo, os três acabaram bastante estressados. Para descontrair, Eliza resolveu levar o marido e a filha para um dia na praia. A escolhida foi Bela Vista, onde June poderia caminhar o quanto quisesse e todos poderiam relaxar. June não queria ir, pois acabara de iniciar um namoro com Cody Flinn, o cara mais bonito da sua turma na nova escola. Obrigada a ir, foi, mas passou o dia emburrada. Neste fatídico dia, a garota conheceu Kean Grassi, um menino da sua idade que também fora obrigado pela mãe a ir para a praia. Se conheceram quando June bateu de frente com uma árvore e caiu no chão.

Coincidentemente, eles estudavam na mesma escola e na mesma turma e, por isso, acabaram formando uma amizade que não se separou mais. Com o passar do tempo, June foi praticamente adotada pela mãe de Kean, que a acolhia sempre que ela estava de saco cheio de sua própria casa. O namoro com Cody fluía aos trancos e barrancos, sempre com problemas que acabavam enchendo os ouvidos de Kean, o fiel ombro amigo. O dia 7 de abril de 2012 começou mal. June recebeu uma ligação de seu pai pedindo que fosse para casa imediatamente, havia dormido na casa de Kean. Tia Luna, como chamava a mãe de Kean, a levou para casa, igualmente preocupada com o que poderia ter acontecido.

Chegando em casa deixou Kean e tia Luna no carro, dizendo que daria notícias em cinco minutos. Então notou que tudo havia sido revirado e viu seu pai sentado no sofá, com as mãos segurando a cabeça. Parou na frente dele e perguntou pela mãe. O questionamento foi o suficiente para que Antônio começasse a soluçar descontroladamente. Com o coração pesado, peguntou novamente onde estava sua mãe. Entre soluços, entendeu o que o pai queria dizer: infarto durante a madrugada. Tentou questionar, dizendo que a mãe era jovem demais para sofrer um infarto. Ficou esperando alguém sair de trás da porta e dizer que era uma brincadeira.

Não era uma brincadeira. Sua mãe não estava mais ali. Deu alguns passos para trás e se apoiou na mesa, em choque. Não conseguia chorar, não conseguia respirar, não sabia como ainda estava consciente. Kean e a mãe entraram na casa e se assustaram ao ver os dois naquela situação. Tia Luna foi para perto de Antônio e conversou com ele durante algum tempo, e nenhum dos dois adolescentes conseguia ouvir. Kean não sabia o que dizer nem o que havia acontecido, então apenas abraçou a amiga, que finalmente começou a chorar.

Depois do choque, veio o luto, que a distanciou de seu pai. Ele parecia fingir que sua mãe não tinha acabado de morrer e vivia como se nunca tivesse sido casado. Começou a namorar Cora Andrade apenas dois meses após a morte de Eliza. O problema, era que Cora era mais nova que ele, e não gostava da ideia de que Antônio tinha uma filha de dezesseis anos. Então, ele expulsou June de casa. A garota não conseguia acreditar, parecia que seu pai estava enfeitiçado, mas não conseguiu fazer nada. Pegou tudo que era seu e conseguia carregar e saiu de casa. Bateu à porta dos Grassi chorando.

Felizmente, tia Luna a abrigou e cuidou de June como se fosse sua própria filha. Não tinha dinheiro para custear a mensalidade dela, então convenceu a escola a dar-lhe uma bolsa de estudos integral, após explicar a situação. Fez contato com a família de June no Brasil, que deu um jeito de enviar algum dinheiro para que a garota pudesse se sustentar. Também conseguiu um emprego de meio período para a menina em uma cafeteria, para que ela ainda pudesse viver confortavelmente.
Kean passava noites acordado ao lado da menina no sofá para ter certeza de que ela descansaria. Fazia questão de conferir se ela havia feito todas as refeições do dia e se estava bebendo água. Convidava Cody para sua casa em várias tentativas de animá-la. Ele e o namorado de June formaram uma força-tarefa para não deixar que ela se afundasse em luto e tristeza. Cody pagou sessões de terapia para a namorada durante quase um ano.

Quando o luto passou, a tristeza de June se transformou em ódio pelo pai e em motivação para se tornar alguém de quem a mãe se orgulharia. Estudou, ajudou Kean a superar tudo o que havia acontecido em seu passado, estudou mais, investiu no relacionamento com Cody, fazendo de tudo para ser a melhor namorada que pudesse. Ao fim de 2012, se mudou da casa de Kean e passou a alugar um apartamento com o dinheiro que os tios lhe mandavam.

Em 2013 foi aceita na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, onde cursaria uma graduação integrada com mestrado. A vida correu bem (se os constantes rompimentos e voltas de seu relacionamento forem ignorados) até que em 2015, uma tragédia mudasse sua vida.

O que acontece depois, você descobre em Perdidamente.

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